Como Encontrar o Seu Porquê: Propósito Que Resiste ao Tempo
Descubra como encontrar seu “porquê” pode transformar sua vida, fortalecendo propósito, resiliência e conexão verdadeira.
CONHECE-TE A TI MESMONA PRÁTICAVIRTUDESFILOSOFIA VIVA
Os Henz
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Na vida, todos enfrentamos encruzilhadas. Algumas chegam silenciosas; outras, como uma tempestade que arranca o telhado. Seja qual for o cenário, ter um propósito claro, o seu “porquê”, é como carregar no bolso uma bússola que nunca perde o norte, mesmo quando a paisagem muda.
Simon Sinek, em Start With Why, lembra que esse “porquê” não é um produto do acaso, nem algo que você “inventa” depois de adulto. Ele já está lá, escondido nas histórias que moldaram quem você é. Descobri isso quando percebi que os momentos que mais me davam paz tinham um fio invisível em comum: dias tranquilos com a família, risadas jogando videogame com meu irmão e primos, conversas que não precisavam de pressa. O lazer era, na verdade, reconexão com a essência.
Não lutamos apenas por metas e resultados. Lutamos para sentir que pertenecemos, que contribuímos, que fazemos parte de algo maior do que nós mesmos.
EXERCÍCIO PRÁTICO: Exercício dos Amigos
Este exercício foi sugerido por Simon Sinek: veja o vídeo do próprio
Pegue seu telefone. Ligue para três pessoas que confiam em você. Pergunte:
“O que é em mim que faz com que você esteja sempre ao meu lado?”
Ouça. Sem justificar. Sem interromper. Depois, anote as palavras que se repetirem. Aí está o reflexo do seu “porquê”. Um rastro da sua essência vista por quem te ama sem performance.


Comece Pelo Porquê: A Primeira Escavação
O “porquê” não é o que você faz, nem como você faz. É o motivo profundo pelo qual você faz. Para encontrá-lo, Sinek propõe um exercício tão simples quanto desconcertante: ligar para um amigo íntimo, não um familiar, não seu parceiro, mas alguém que o conheça sem as camadas de formalidade, e perguntar: “Por que somos amigos?”
Prepare-se para o silêncio. A mente humana não é boa em traduzir emoção em palavras. Se a resposta não vier, refine a pergunta: “O que é especificamente sobre mim que faz você estar sempre lá, não importa o que aconteça?”
E então, espere. Não ofereça pistas. Não complete a frase. Esse desconforto é parte do processo. Até que, de repente, eles desistam de descrever você e comecem a descrever como você os faz sentir. Algo como: “Quando estou com você, me sinto mais confiante.” Essa é a porta de entrada para o seu “porquê”.
Converse com outros amigos. Compare respostas. É impressionante como as palavras começam a se repetir, porque o seu “porquê” é o impacto que você exerce sobre as pessoas, e ele permanece consistente.
“As pessoas não compram o que você faz; elas compram o porquê você faz.”
— Simon Sinek
O Passado Como Mapa
Outra forma de descobrir seu “porquê” é revisitar dois momentos: um da infância, de alegria pura, e outro da vida adulta, de realização profunda. Ao colocá-los lado a lado, padrões surgem.
Lembro do exemplo de alguém que, quando criança, sentia segurança e pertencimento no banco de trás do carro, com os pais guiando a estrada. Anos depois, encontrou essa mesma sensação liderando uma equipe em um evento esportivo. O fio condutor? Fazer parte de uma “família” em movimento, trabalhando por um objetivo comum.
John Kotter, em seu modelo para conduzir mudanças, coloca como primeiro passo criar um senso de urgência. No nível individual, o “porquê” cumpre exatamente essa função: ele desperta uma força interna que não aceita inércia. Quando sabemos por que estamos fazendo algo, o movimento se torna inevitável. Não se trata de “encontrar motivação”, trata-se de canalizar uma energia que já existe.
“A verdadeira liderança não busca o poder, mas o impacto.”
— Martin Luther King Jr.
Por Que Isso Muda Tudo
Quando você sabe o seu “porquê”, as turbulências da vida não desaparecem, mas deixam de ditar o rumo. A resiliência nasce de ter um norte claro. Não se trata apenas de resistir, mas de avançar com intenção.
Daniel Goleman, referência em inteligência emocional, ensina que o primeiro passo para liderar com impacto é a autoconsciência. O “porquê” é o núcleo dessa consciência: quando sabemos quem somos e o que nos move, conseguimos regular melhor nossas emoções, tomar decisões coerentes e criar conexões mais profundas com os outros.
Para mim, viver com integridade significa alinhar cada decisão a esse “porquê”. Quando meus valores, contribuição, empatia, paz, se refletem na vida familiar e profissional, sou mais presente, mais inteiro. E essa coerência se espalha para o trabalho, para os amigos, para as conversas difíceis.
“Seu porquê não é sobre você. É sobre o impacto que você tem nos outros.”
— Simon Sinek
Mantendo o Fogo Aceso
Descobrir seu “porquê” é apenas o primeiro capítulo. O desafio é usá-lo como filtro diário. Pergunte-se:
O que estou fazendo agora honra o meu propósito?
Estou fiel aos meus princípios, mesmo quando é difícil?
Meus hábitos diários sustentam o impacto que desejo causar?
Estou presente para quem mais importa?
Tenho ajudado outros a encontrarem o próprio “porquê”?
Stephen Covey, em Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, defende que devemos “começar com o objetivo em mente”. O “porquê” é o objetivo em sua forma mais pura: não uma meta externa, mas o impacto que queremos deixar. Ele é o filtro silencioso que molda cada sim e cada não que damos.
Lembre-se: pedir ajuda é tão importante quanto oferecê-la. Como diz Sinek, a confiança nasce quando mostramos vulnerabilidade o suficiente para buscar apoio.
O Convite
Encontrar o seu “porquê” não é só um exercício de autoconhecimento. É um ato de generosidade. Porque, quando você vive alinhado ao seu propósito, inevitavelmente abre espaço para que outros façam o mesmo. E esse é o tipo de impacto que ecoa.
Mario Sergio Cortella nos provoca com uma pergunta que não deixa espaço para respostas superficiais:
“Você está deixando um legado ou apenas lembranças?”
O “porquê” é o mapa que transforma nossas ações diárias em algo que sobrevive a nós, mesmo quando não estivermos mais aqui.
A pergunta que deixo é simples, mas exige coragem:
Você está pronto para viver de acordo com o seu porquê?
O mundo não precisa de mais pessoas ocupadas. Precisa de mais pessoas com direção.
Não seja um espectador da própria vida.
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